O meu Rochedo de Gibraltar
Ontem partiu o meu "Rochedo de Gibraltar", a minha "Montanha Negra", a Mulher mais importante da minha vida!
Era alfacinha de gema, partiu no dia de Santo António. Mas instalou-se em Almada onde exerceu a sua atividade profissional e edificou parte da sua vida, já muito viajada...
Era tenazmente agarrada à vida, até ao seu último folgo.
Era solidária dos mais desfavorecidos e fragilizados, e defensora acérrima das mulheres.
Era perspicaz e fulgurantemente inteligente. Não precisava de holofotes e cuidava do cuidar dos outros sem alarido...
Estava sempre lá para acudir numa aflição, mas não se impunha...
Gostava de fazer puzzles e de gatos, por serem independentes e asseados!
Amava o mar, as suas ondas revoltas e o cheiro a maresia...
Deu-me toda a força e determinação que me caracteriza, bem com a frontalidade e a transparência de encarar as pessoas e as "coisas da vida", utilizando uma ironia subtil...
Viu partir a filha mais nova antes dela; viu partir o marido antes dela...
Sabia acolher a dor sem a manifestar, sublimando-a na entrega diária de ajuda ao próximo...
Foi em Paz e Tranquilidade, na sua casa, com todo apoio dos cuidados paliativos do Hospital Garcia de Orta, na pessoa da Drª Aurora Tomáz, de quem foi colega de profissão ainda no Hospital...
Queria ir para o "forno", num caixão de pinho, sem adornos nem cerimónias e com cravos vermelhos...
Estaremos para a última despedida amanhã no cemitério do Feijó, pelas 14h30-14h45.
Até sempre mãe!
