Educação de Infância @ Distância

 Mais uma vez, estamos em confinamento. 

Mais uma vez, os nossos Duendes estão privados de socializar e crescer com os seus pares e/ou os seus avós. 

Mais uma vez, estamos perante o desafio de nos tornarmos mais próximos apesar da distância física, porque a distância emocional, essa deve ser, de todo, evitada. 

O que sabemos que não devemos fazer (e que aprendemos com o primeiro confinamento)?

É sobrecarregar as famílias, sermos elementos perturbadores das dinâmicas familiares…Por mais pressionados que sejamos, pelas tutelas e/ou por maneirismos de querer controlar tudo e todos, como se fossemos omnipresentes e omniscientes, temos de contribuir para aliviar as tensões e os stresses, temos de ajudar as famílias a conseguirem gerir o stresse que é fazer teletrabalho, gerir o Ensino dos outros filhos em E@D em diversos níveis de ensino obrigatório, estar em layoff, desempregado, despejado, enlutado, etc…

E partindo do princípio que a Educação de Infância é muito mais do que Escola e que começa e termina em casa, que a Educação Informal (que designei, em tempos, de Ecoformação em 2003 – os contextos de vida que transformam e educam) é muito mais poderosa do que o Ensino Formal, que os modelos de educação parentais e familiares são, indelevelmente, mais (trans)formadores do que os modelos dos profissionais de educação pelos quais os nossos Duendes passam apenas um ou dois anos das suas vidas. Não se trata de fazer “educação parental”, trata-se de apoiar as famílias na sua função educativa que é vitalícia! É preciso confiar no potencial educador de cada família.

As sugestões que coligimos nas planificações semanais são, apenas e só, propostas que podem, ou não, ser aproveitadas considerando as dinâmicas familiares…Mas o que, verdadeiramente, importa é aproveitar o que as dinâmicas familiares já têm implementadas e rentabilizá-las com intencionalidade educativa. Cada família saberá fazê-lo. Porque só se vive uma infância na vida, cada momento intensamente vivido com alegria, povoará as nossas memórias, construirá a nossa personalidade e fortalecerá o nosso caráter para lidar com as incertezas da vida…

Por isso, pede-se às famílias que partilhem entre si (e connosco) as “ideias” e “propostas” que surjam para nos aliviarmos uns aos outros e alimentarmos uma comunidade coesa e solidária, (com registo gráficos/fotografias para criar memória documentada destes momentos enriquecedores e transformadores – criando portefólios dos seus filhos, tal como fotografamos, apaixonadamente, os melhores momentos dos filhos para memória futura).

As sessões de vídeoconferência serão apenas meios que utilizamos para nos vermos, nos ouvirmos, para partilharmos conquistas e alegrias, para nos sentirmos mais próximos e lidarmos, o melhor possível, com estes dias conturbados, e até avassaladores para muitos de nós. Os contactos estabelecidos, via telemóvel, via WhatsApp ou e-mail, não pretendem ser uma invasão da privacidade de cada família, visam, isso sim, apoiar as famílias e suas crianças, nestes momentos perturbadores…

Como educadora de infância, (com 40 anos de serviço e quase 62 anos de idade, avó de dois netos – 4 e 7 anos – dos quais tenho sido privada devido aos cuidados sanitários impostos, e cuidadora informal da minha mãe de 92 anos), tal como as famílias dos nossos Duendes, tenho algumas convicções educativas que aprendi ao longo da vida, e, tal como as famílias, vou lidando com esta Pandemia com algumas angústias, incertezas, mas igualmente com muita Esperança na vida e Confiança nas competências (por vezes, improváveis ou insuspeitas) que todos nós revelamos nos momentos mais difíceis que se atravessam nas nossas vidas.

Duende Pedagógico & Pedagogia de Situação ... 

Agora, a situação acontece nas casas dos nossos Duendes! Que desafio!


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